Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, operador financeiro ligado ao PSDB, foi preso em São Paulo nesta terça-feira, na 60ª fase da Operação Lava Jato, e levado à na Superintendência da Polícia Federal de São Paulo. Agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-senador pelo PSDB e ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira Filho, suspeito de receber propina da Odebrecht, segundo O Globo.
De acordo com o procurador do MPF Roberson Henrique Pozzobon, Paulo Vieira de Souza tinha cerca de R$ 100 milhões em espécie em dois apartamentos em São Paulo, o dobro de dinheiro achado no apartamento usado por Geddel Vieira Lima em Salvador. Ali, Geddel mantinha um bunker para guardar o dinheiro.
Chamada "Ad Infinitum", a 60ª fase da Lava Jato cumpriu doze mandados de busca e apreensão em São Paulo. Além dos mandados, foram bloqueados ativos financeiros dos investigados. A operação é feita com base em depoimentos de doleiros e funcionários da Odebrecht em fases anteriores da Lava Jato.
Aloysio Nunes disse que nem ele nem o advogado tiveram acesso ao inquérito: “Mas a imprensa sabe. Esse é o Brasil que estamos vivendo. Estamos em busca do que existe nesse inquérito. Não recebi cartão de crédito quando estava na Espanha”. Ex-senador e ex-chanceler do governo Michel Temer, Aloysio foi nomeado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para a presidência da Investe SP, agência de promoção de investimentos de São Paulo.
Paulo Vieira de Souza é apontado como peça-chave na lavagem de milhões de reais em favor da Odebrecht. Questionado sobre a origem do dinheiro repassado por Paulo Vieira de Souza à Odebrecht, o procurador explicou que os valores eram de "múltiplos esquemas criminosos".
A operação desta terça-feira aprofunda investigação de um esquema de lavagem de dinheiro de corrupção praticada pela Odebrecht. Gerentes e dirigentes da Petrobras receberam dinheiro em espécie da empreiteira, segundo o Ministério Público Federal.
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