RIAD - O presidente Jair Bolsonaro disse não pretender romper relações com a Argentina após a vitória de Alberto Fernandez, representante da esquerda, nas eleições no último domingo, mas espera que o lado de lá continue com as mesmas práticas de Mauricio Macri - abertura, liberdade econômica e respeito às cláusulas democráticas do Mercosul. "Nos preparamos para o pior. O que foi anunciado até o momento no pacote econômico do presidente eleito, essa receita já sabemos. Como em parte já foi adotada no Brasil no passado, não tem como dar certo", afirmou em entrevista ao Estadão/Broadcast.
Um dos planos de Fernández para estancar a crise no país prevê o congelamento de preços por 180 dias e garantia de aumento salarial de emergência – a inflação acumulada no último ano está perto de 60%.
Ao se referir à derrota do aliado na América do Sul, Bolsonaro identificou como "erro" o distanciamento de Macri do movimento conservador, além da dificuldade para aprovar reformas. O mesmo vale para o Chile: "Costumo dizer que quem fica no meio do caminho, mais cedo ou mais tarde não tem como ir para frente nem vir para trás e aí vem a derrota".
Questionado se há algum incômodo em buscar negócios com a Arábia Saudita ou com a China, que possuem regimes autoritários, Bolsonaro negou. Mas defendeu o "direito" de criticar países como Cuba e Venezuela pela falta de liberdade: "Lá, na América do Sul, são nossos vizinhos e me dou a esse direito."
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