Alvo de investigações, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu hoje demissão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Logo depois, Salles concedeu entrevista a jornalistas justificando a sua saída. Joaquim Álvaro Pereira Leite vai substitui-lo no cargo. "Apresentei ao presidente o meu pedido de exoneração, que foi atendido", afirmou o agora ex-ministro do Meio Ambiente, segundo o UOL. Entre outras, ele é acusado de leniência com as queimadas e de facilitar a ação dos garimpeiros e madeireiros ilegais. Suas palavras:
"Tivemos cuidado com todos os aspectos daquele ministério. Ao mesmo tempo, respeito também o agronegócio, empresários de todos os setores, de mineração, imobiliário. A necessidade do Brasil de ter suas obras de infraestrutura, ser líder do agro. Esse equilíbrio importante que foi pedido pelo presidente desde o início decorre com o compromisso que temos com o Brasil".
Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, investigação da PF (Polícia Federal) apura se Salles atuou para afrouxar o controle do Ibama sobre a exportação de madeira. Segundo as investigações, ele reuniu-se em março do ano passado com um grupo de madeireiros no Pará que vinham tendo cargas de madeira retidas em portos no exterior por falta da autorização do Ibama.
A Operação Akuanduba executou buscas e apreensões nos endereços de Salles e de outros 21 investigados, entre servidores do ministério, dirigentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e empresários do ramo madeireiro. O ministro do Meio Ambiente também é alvo de outro inquérito, autorizado pela ministra Cármen Lúcia no início deste mês. Trata-se da Operação Handroanthus, também da PF, que apura a suposta prática de crimes com o objetivo de dificultar a fiscalização ambiental e impedir investigação que envolva organização criminosa, além de suposto crime de advocacia administrativa.
Comments